sábado, 9 de maio de 2009

sartre

"Não sei sofrer, não sofro nunca bastante. O que havia de mais penoso no sofrimento era ser um fantasma, a gente passava o tempo a correr atrás dele e imaginava-se sempre que ia alcançá-lo, que ia se jogar dentro dele e sofrer de verdade, rangendo os dentes, mas no momento em que se pensava atingi-lo, ele escapava, a gente não encontrava mais nada senão um fogo de artifício de palavras e milhares de raciocínios desvairados em minuciosa efevercência."

"Talvez não possa ser de outro modo; talvez seja preciso escolher: não ser nada ou representar o que é."

"Havias pessoas que não existiam, eram vapores. E outras que existiam demais."

"Um homem que se condena a si próprio, a gente tem sempre vontade de dar pancada para liquidá-lo de vez, para partir em mil pedaços o pouco de dignidade que ainda lhe resta.
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"Agrada-me indignar-me contra o capitalismo, mas não desejo que o suprimam, porque não teria mais motivos de indignação. Agrada-me sentir-me desdenhoso e solitário, agrada-me dizer 'não', sempre 'não', e teria medo que se construísse um mundo viável porque teria que dizer 'sim' e fazer como todos os outros."




- Jean Paul Sarte