terça-feira, 13 de julho de 2010

quimeras

'É axiomático...Tudo está nas mãos de um homem e ele deixa escapar por covardia. Estou propenso a crer que o que mais tememos é o que nos tira de nossos hábitos. Mas ando a divagar e é por divagar tanto que nada faço. É verdade que eu poderia aduzir mais esta razão: é porque nada faço que divago tanto. Há um mês que me acostumei a falar a sós, parado num canto dias inteiros, preocupado com disparates. Vejamos, em que vou me meter? Serei capaz disto? Isto será sério? Não, isto não é sério...São fantasias que me preocupam o espírito, simples quimeras.'


(Raskólnikof, 'Crime e Castigo')